Favorito ao papado assinou documento chave em escândalo financeiro do Vaticano

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 O atual secretário de Estado do Vaticano, Pietro Parolin, é um dos favoritos para se tornar o próximo papa. Nas

internacionais, ele aparece com mais de 32% das preferências.

No entanto, documentos que vieram à tona colocam o cardeal no centro de um escândalo financeiro: o caso da compra de um luxuoso imóvel em Londres.
Um memorando datado de 25 de novembro de 2018, publicado com exclusividade pelo jornal italiano , traz a assinatura de Pietro Parolin autorizando a controversa operação envolvendo o caso.

Cardeal Parolin sabia e autorizou a compra do imóvel

O escândalo em questão envolve a compra de um edifício na Sloane Avenue, uma área nobre de Londres.
A aquisição foi parcialmente financiada com recursos do Óbolo de São Pedro, um fundo de doações de fieis destinado às obras de caridade do Papa.
O negócio resultou em um prejuízo de aproximadamente 139 milhões de euros, quase R$900 milhões, para as finanças do .
O principal envolvido e condenado no caso foi o Cardeal Angelo Becciu, ex-substituto da Secretaria de Estado.
Documentos indicam que ele teria recebido plenos poderes para conduzir a compra do imóvel desde 2013.
Em 2023, Becciu se tornou o primeiro cardeal a ser sentenciado por um tribunal criminal da Santa Sé.
Ele recebeu uma pena de cinco anos e seis meses de prisão por peculato e fraude agravada, embora o tribunal tenha reconhecido que ele não se beneficiou financeiramente de forma direta.
Becciu sempre se declarou inocente e recorreu da sentença. Em 2020, antes do julgamento, o papa Francisco já o havia afastado de suas funções e ordenado que renunciasse aos "direitos e privilégios" de cardeal.
Recentemente, Becciu chamou a atenção da mídia ao insistir em participar do Conclave, de participar pouco tempo depois.

Parolin teria assinado documento para frear prejuízo da Igreja

O Vaticano afirma não conhecer os detalhes da operação, porém Parolin assinou um documento sobre o investimento em 2018.
A assinatura de Parolin sugere que a cúpula da Secretaria de Estado tinha conhecimento e deu seu aval à transação.
Fontes do próximas à Secretaria de Estado sugerem que Parolin aprovou uma estratégia para tentar mitigar o prejuízo da Santa Sé.
O plano era desinvestir do fundo do financeiro Raffaele Mincione, proprietário original do edifício, e firmar novos contratos com a sociedade do broker Gianluigi Torzi.
O cardeal anotou de próprio punho que autorizava o negócio formalmente após receber informações positivas:
"Garantias sobre a solidez da operação (que traria vantagens à Santa Sé), sua transparência e a ausência de riscos reputacionais", ele era "favorável à estipulação dos contratos".
Essa manobra, no entanto, não impediu que a Santa Sé perdesse R$259 milhões na operação.
Além disso, a Santa Sé foi condenada pela Alta Corte de Londres a pagar mais de R$28 milhões em despesas processuais para a Mincione.

Papa Francisco pode ter autorizado a estratégia

Fontes do próximas à Secretaria de Estado sugerem que a autorização de Parolin na época teria sido uma tentativa de conter as perdas financeiras que o investimento no imóvel já estava gerando.
Circula no Vaticano a versão de que o próprio Papa Francisco teria mandado Parolin realizar o desinvestimento.
Contudo, o único documento conhecido com assinatura papal formalizando essa mudança é de novembro de 2020, dois anos após a assinatura de Parolin.
@brasilparalelo /  jornalsantanoticia
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