As fotos foram registradas durante o ato de constatação da morte, às 20h (18h no horário de Brasília), e mostram o pontífice vestido com uma túnica vermelha
— cor litúrgica reservada para funerais papais
—, com uma mitra branca sobre a cabeça e um terço preto entrelaçado nas mãos, símbolo de sua profunda devoção mariana.
Francisco repousa dentro de um caixão de madeira forrado com veludo vermelho, posicionado na capela privada de sua residência, onde permaneceu rodeado por seus colaboradores mais próximos e vários cardeais presentes em Roma.
As imagens fazem parte do rigoroso protocolo ativado após a morte de um papa.
O apartamento na Casa Santa Marta foi oficialmente lacrado, conforme estabelece a constituição apostólica Universi Dominici Gregis, enquanto seguem os preparativos para as cerimônias fúnebres.
Nesta quarta-feira, 23 de abril, o corpo será levado para a Basílica de São Pedro, onde será instalada a capela ardente para que os fiéis possam se despedir.
A cerimônia de traslado, anunciada pela assessoria de imprensa do Vaticano, marcará o início de uma grande homenagem que deve reunir peregrinos do mundo inteiro em Roma.
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Enquanto isso, dentro do Vaticano, acontecem as congregações gerais do Colégio de Cardeais, em preparação para o conclave.
A primeira foi realizada nesta terça-feira, às 9h (4h no horário de Brasília), na Aula do Sínodo, presidida pelo decano Giovanni Battista Re. Também foram convocados os cardeais com mais de 80 anos, que podem escolher se desejam participar, conforme previsto no artigo 7 da constituição apostólica.
Essas reuniões servem para coordenar os aspectos logísticos, litúrgicos e administrativos do período de sede vacante.
Nelas, será definida a data do funeral, que deverá ocorrer entre sexta e domingo, conforme orientações do Ordo Exsequiarum Romani Pontificis, promulgado pelo próprio Francisco.
A imprensa italiana estima que cerca de meio milhão de fiéis participarão da cerimônia.
Foi confirmado ainda que o Papa será sepultado na Basílica de Santa Maria Maior, em Roma, atendendo a seu desejo testamentário. A tumba, localizada na Capela Paulina, será simples: sem epitáfios ou ornamentos, apenas com seu nome em latim: Franciscus.
Com isso, Francisco será o primeiro papa em mais de um século a ser enterrado fora do Vaticano, exatamente em frente ao ícone da Salus Populi Romani, diante do qual costumava rezar antes e depois de cada viagem apostólica.
Esse gesto final de humildade está em sintonia com sua vida simples e seu estilo pastoral próximo do povo, algo que também ficou evidente no rito íntimo de despedida realizado na noite de segunda-feira.
Assim como ocorreu em 2005 com a morte de João Paulo II, o funeral de Francisco deverá reunir chefes de Estado e monarcas de todo o mundo. Diversos líderes internacionais já confirmaram presença na cerimônia.
“Estamos ansiosos para estar lá!”.
declarou na segunda-feira, em uma mensagem que confirma sua intenção de prestar homenagem ao pontífice argentino.
O presidente da França, Emmanuel Macron, também confirmou presença, junto com outras delegações oficiais e líderes religiosos.
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