CANCELADOS: Após afirmar que “bolsonaristas não são bem-vindos” shows do Ira são cancelados

A crise começou em Contagem (MG), no dia 29 de março, quando o vocalista foi vaiado ao gritar “sem anistia” 
— frase carregada de conotação política, em referência aos atos de 8 de janeiro de 2023. 
Em vez de recuar ou apaziguar, Nasi dobrou a aposta e disparou contra parte do público:

“Tem gente que acompanha o Ira!, mas nunca entendeu o Ira! […] Vão embora da nossa vida! 

Vão embora e não apareçam mais em shows, não comprem nossos discos”, declarou, misturando convicção ideológica com um pedido de exclusão direta aos fãs que discordam politicamente da banda.

A fala, tratada por alguns como uma atitude de coragem, foi vista por muitos como intolerância disfarçada de posicionamento.

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 O resultado veio rapidamente: um grande volume de pedidos de reembolso nas cidades afetadas levou os organizadores a suspenderem os shows. 

A produtora 3LM Entretenimento confirmou os cancelamentos e informou que os valores pagos pelos ingressos serão devolvidos em até 30 dias.

O Teatro Michelangelo, um dos locais que receberia a turnê, também se posicionou. 

Em nota, defendeu “um ambiente de respeito e troca de energia positiva entre artistas e público” — algo que, claramente, não correspondeu ao clima gerado pela retórica do vocalista.

A reação do público sugere que o limite entre liberdade de expressão e intolerância está, mais do que nunca, em debate. Em tempos de polarização política, a tentativa de transformar um show de rock em um comício ideológico parece ter cobrado um preço alto 

— não apenas em ingressos, mas em prestígio e confiança com a base de fãs.

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